28/08/2024

Autoconhecimento emocional na psicanálise: entenda como funciona

A psicanálise é um tipo de tratamento baseado nas teorias de Sigmund Freud, conhecido como “pai da psicanálise”. O autoconhecimento emocional na psicanálise é um recurso importante para obter resultados positivos. Para falar sobre o tema, convidamos uma especialista no assunto e anunciante da Rede SerPleno, Beatriz Camargo, Psicanalista clínica, formação pelo instituto Self, abordagem Freudiana e Junguiana, com atendimento de psicanálise para adolescentes, adultos e idosos.

Continue a leitura e confira.

 

O que é autoconhecimento emocional na perspectiva da psicanálise? 


Beatriz explica que o autoconhecimento emocional na psicanálise é um processo de auto exploração e reflexão, “desenvolve uma maior consciência de si mesmo e de seus padrões de pensamento e comportamento”, conclui.

 

Como a psicanálise ajuda no processo de autoconhecimento emocional?


“A psicanálise ajuda na capacidade de refletir criticamente sobre as próprias experiências e relacionamentos”, explica a psicanalista. Isso inclui examinar como padrões passados influenciam as interações atuais, identificando padrões disfuncionais de pensamentos, repetições e comportamentos. Com isso, é possível desenvolver estratégias para lidar com desafios futuros.

Na análise com o terapeuta, Beatriz conta que o paciente adquire ferramentas para explorar as camadas mais profundas da mente, incluindo os impulsos inconscientes, os conflitos internos e os padrões de comportamento repetitivos.

“Ao trazer à tona esses aspectos ocultos da psique, o indivíduo pode ganhar insights valiosos sobre si mesmo e sobre as origens de seus problemas emocionais” – Beatriz Camargo.


autoconhecimento emocional na psicanalise

 

Quais são os principais desafios que os pacientes enfrentam durante o processo terapêutico? 


“Nosso renomado Freud já dizia: olhe para dentro, para as suas profundezas, aprenda primeiro a se conhecer”, Beatriz cita.

Acessar lembranças do passado, da infância ou de traumas vividos, não é uma tarefa fácil, Beatriz pontua, “cada pessoa tem o seu processo e por mais doloroso que seja, no percurso podem surgir insegurança em relação a continuar ou não na terapia”.

No entanto, para a psicanalista, o autoconhecimento é muito satisfatório e ter essa descoberta de si tendo ajuda do terapeuta acaba valendo muito a pena.

 

Como as emoções reprimidas afetam a saúde mental e o comportamento das pessoas?


“Reprimir as emoções refere-se ao ato de negar conscientemente os sentimentos que surgem em uma pessoa”, Beatriz define. Isso pode envolver tentativas de não expressar emoções, como tristeza, raiva, medo ou até mesmo alegria, seja por razões pessoais, sociais ou culturais. “Sendo assim, em vez de reconhecer, processar e lidar de maneira saudável com esses sentimentos, as pessoas que reprimem suas emoções optam por escondê-las”, explica.

Beatriz alerta que uma das consequências mais imediatas é o aumento do estresse emocional, pois a energia necessária para reprimir constantemente as emoções pode levar a uma tensão interna significativa. A profissional ainda lista outros sintomas que podem se manifestar ao reprimir emoções: 

  • ansiedade;

  • irritabilidade;

  • insônia;

  • ataques de pânico.


 

Quais recursos a psicanálise utiliza para ajudar os pacientes a se conectarem com suas emoções?


A psicanálise aborda a investigação dos conteúdos inconscientes da mente. Beatriz traz exemplos: como a análise dos sonhos, a livre associação no momento que o paciente conta ao seu terapeuta o que lhe vem à mente. “Esse processo é rico de informações e a análise das resistências através de uma escuta atenta do terapeuta observa certas resistências por parte do paciente”, finaliza.

Além disso, Beatriz cita também os testes analíticos por meio de desenhos e outras ferramentas que trazem muitas informações e representações do inconsciente.

 

Você poderia explicar como o conceito de "inconsciente" se relaciona com o autoconhecimento emocional?


“Quando uma pessoa passa por alguma experiência ruim em sua vida, ela guarda essa vivência no seu inconsciente. Assim sendo, ao se deparar com situações parecidas em outro momento da sua história, pode recordar sua experiência”, Beatriz explica. 

A partir disso, pode-se desenvolver uma série de sintomas que geram angústia e desconforto. “Algumas atitudes podem ser originadas em situações que experimentamos no passado, falar sobre as emoções na análise ajuda a entender os medos e comportamentos”, conclui. 

 

Qual é o papel dos sonhos no processo de autoconhecimento emocional?


Através dos sonhos existem muitas ferramentas trazidas do inconsciente. “É de grande ajuda na clínica psicanalítica, contribuindo para o autoconhecimento do paciente”, explica Beatriz.

 

Como a compreensão das emoções pode levar a mudanças comportamentais e a uma melhor qualidade de vida?


O segredo é entender o porquê faz sentido aquele comportamento na vida do paciente, a autorresponsabilidade é crucial na qualidade de vida”, aponta Beatriz. 

 

Quais são os sinais de que uma pessoa está evoluindo no seu autoconhecimento emocional durante a psicanálise?


Segundo a psicanalista, ao longo do processo terapêutico, os pacientes desenvolvem melhor capacidade de resiliência emocional, além de construir recursos internos para lidar com os desafios da sua vida. Beatriz lista alguns indicadores de que a terapia está dando certo:

  • Melhora nas relações interpessoais;

  • Melhora na autoestima;

  • Maior tolerância emocional;

  • Maior reflexão no motivo da busca por terapia;

  • Priorização do autocuidado;

  • Melhora da saúde geral;

  • Responsabilidade pelas próprias ações.


 

Como a psicanálise aborda a relação entre emoções e traumas passados? 


Beatriz explica que ao realizar a análise, o paciente consegue entender as suas emoções e a elaborar seu trauma com mais facilidade. Em um ambiente acolhedor, o paciente identifica as vivências que passou e as dores que sofreu. A psicanalista reforça que a terapia é um espaço construído “para a expressão livre das angústias e dos anseios”.

 

Como a psicanálise pode ajudar alguém que tem dificuldade em expressar ou entender suas próprias emoções? 


“A psicanálise ajuda o paciente a se conhecer, entender sobre os seus medos, sua personalidade, trazendo mais sentido e entendimento de suas emoções”, Beatriz pontua. 

 

Como o autoconhecimento emocional pode influenciar as relações interpessoais de um paciente?


“Através da análise, o paciente entende o que é responsabilidade do outro e não somente sua. Como Freud diz: qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?”, Beatriz cita.

 

Que conselho você daria para alguém que está considerando a psicanálise para melhorar seu autoconhecimento emocional?


“Meu conselho é entender que cada um tem a sua história, diminuir o nível de expectativa em relação à comparação, pois cada pessoa é única, se conhecer melhor é de extrema importância. A terapia é a maior prova de amor por si mesmo”, finaliza a psicanalista. 

 

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