25/01/2024

Brainspotting: especialista conta os diferenciais desse método psicoterápico

Brainspotting é um método de psicoterapia para o tratamento de traumas e demais problemas e bloqueios físicos e emocionais que afetam o sistema nervoso. Para falar sobre o tema, convidamos uma especialista no assunto e anunciante da Rede SerPleno, Rosana Rodrigues, Psicanalista e especialista em Brainspotting.

Continue a leitura e confira.

 

O que é Brainspotting?


O Brainspotting segue o tratamento de neuroprocessamento de traumas, dentro das terapias com base no cérebro, que tem em seu corpo as novas evidências em neurociências e psicoterapia. É um método que utiliza o campo visual para acessar no cérebro os registros disfuncionais para voltar ao equilíbrio saudável por si.

Eventos de estresse ou traumáticos são recebidos pelo sistema nervoso como ameaçadores à sobrevivência e impactam o sistema nervoso e grande parte do funcionamento do organismo, bem como a percepção de si, das relações e do ambiente externo. Sendo assim a base do processo de adoecimento físico e psíquico, os quais estão entrelaçados.

 

Qual foi o seu primeiro contato com o Brainspotting e o que o motivou a explorar esse método em sua prática terapêutica?


brainspotting

“Através de uma colega de profissão — psicanalista e especialista em Brainspotting”. Rosana conta que a colega percebeu que seus pacientes passaram a melhorar muito rápido com a técnica Brainspotting, libertando-se dos traumas precoce, reduzindo ou libertando de sintomas como ansiedade, estresse, pânico e desequilíbrio emocional.

“Rapidamente, procurei me especializar em busca de autoconhecimento, autorregulação pessoal e profissional", finaliza.

 

Como funciona uma sessão de Brainspotting?


O Brainspotting funciona ao focalizar a atenção em pontos específicos do campo visual, chamados de "brainspots", associados a áreas do cérebro que armazenam experiências emocionais.

“Ao direcionar a atenção para esses pontos, a terapia visa acessar e processar memórias traumáticas ou emocionalmente carregadas”, Rosana explica. “O terapeuta auxilia o cliente na exploração desses brainspots, facilitando a liberação de emoções e o processamento do trauma, contribuindo para a cura emocional”.

 

Quais são os princípios fundamentais por trás do Brainspotting e como eles se diferenciam de outras abordagens terapêuticas?


Rosana explica que o Brainspotting é fundamentado em vários princípios-chave, são eles:

  1. Foco no Olhar: Identificação de "brainspots" ou pontos específicos no campo visual que estão conectados a experiências emocionais e traumas.

  2. Integração Cérebro-Corpo: Reconhecimento da relação entre as sensações físicas no corpo e as memórias emocionais armazenadas no cérebro.

  3. Mindfulness Dirigido: Uso da atenção plena direcionada para explorar e processar conteúdos emocionais e traumáticos.

  4. Abordagem Não Verbal: Aceitação de que não é necessário falar detalhadamente sobre um trauma; a terapia pode ocorrer de maneira não verbal, centrando-se nas sensações e emoções.

  5. Sintonia com o Ritmo do Cliente: Respeito ao ritmo do cliente, permitindo uma exploração gradual e segura das experiências emocionais.

  6. Abertura para Abordagens Integrativas: Flexibilidade para integrar outras técnicas terapêuticas, adaptando-se às necessidades individuais do cliente.


 

O Brainspotting deve ser associado a outra abordagem?


Segundo Rosana, a decisão de associar o Brainspotting a outra abordagem terapêutica depende das necessidades individuais do cliente e da avaliação do profissional de saúde mental.

“Alguns terapeutas optam por utilizar o Brainspotting de forma independente, enquanto outros integram essa técnica com abordagens complementares, como terapia cognitivo-comportamental, EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares) ou mindfulness”, conta.

A associação pode ajudar a abordar diversas dimensões do bem-estar mental. A escolha é geralmente feita com base nas metas terapêuticas específicas e na   resposta do cliente ao tratamento.


 

Como o Brainspotting pode ser aplicado no tratamento de questões psicológicas e emocionais?


No contexto emocional, o Brainspotting pode ser aplicado identificando pontos visuais associados a memórias traumáticas ou experiências emocionais intensas.

“Em um caso de trauma precoce, o foco no campo visual permite acessar emoções profundas, promovendo a cura emocional”, Rosana exemplifica.

 

Existe uma área específica em que o Brainspotting se destaca em comparação com outras abordagens terapêuticas?


Rosana explica que “a moldura de Sintonia Dual consiste em uma sintonia relacional e neurobiológica do psicoterapeuta com o cliente”.

Segundo a profissional, essa moldura consiste no fato de o psicoterapeuta ajudar o cliente a:

  • Delimitar o tema (queixa principal) a ser trabalhado de forma focada.

  • Estabelecer um clima de total confiança e sintonia, utilizando as palavras do paciente e aceitando o que ele traz e de como a informação ficou registrada para ele.

  • Fornecer uma segurança do ambiente físico e emocional.

  • Estar com atenção plena no processamento do paciente, para ajudá-lo a observar e seguir a sabedoria de sua neurobiologia.


 

Como você explica o método para seus pacientes para alinhar a expectativa em relação ao Brainspotting?


“Ao explicar o método do Brainspotting a um paciente, destaco que o foco estará na conexão entre o campo visual e as emoções”, Rosana conta. Para o paciente, ela explica que durante a sessão serão identificados os "brainspots" relacionados a experiências emocionais intensas.

“Enfatizo a natureza não invasiva do processo e encorajo a expressão aberta de sentimentos. Esclareço que o objetivo é promover o processamento e a liberação emocional durante as sessões, proporcionando um espaço seguro para explorar memórias e emoções profundas”, finaliza.

 

Você percebe alguma resistência ou desafio por parte dos pacientes ao adotar o Brainspotting?


Durante sua experiência, Rosana conta que encontra resistência. “Alguns pacientes podem inicialmente apresentar resistência ou desafios ao adotar o Brainspotting. Isso pode ocorrer devido à natureza única da abordagem, que difere de métodos terapêuticos mais convencionais”, conta.

Em sua opinião, isso ocorre porque a ideia de focar no campo visual e explorar emoções profundas pode gerar apreensão. “É importante abordar essas preocupações, oferecer uma compreensão clara do processo e criar um ambiente seguro para encorajar a confiança e a aceitação do método ao longo do tempo”, ela explica.

 

Quais são os benefícios mais comuns que os pacientes relatam após sessões de Brainspotting?


Rosana conta que seus pacientes costumam relatar como benefícios a redução na intensidade emocional associada a traumas, alívio de sintomas de ansiedade e depressão, aumento da clareza mental e uma sensação geral de bem-estar.

“Muitos pacientes também mencionam uma melhoria na qualidade do sono e uma maior capacidade de lidar com situações desafiadoras. A natureza individual das experiências pode variar, mas esses benefícios são frequentemente observados”, pontua.

 

Como os resultados do Brainspotting podem ser percebidos ao longo do tempo?


Ao longo do tempo, os resultados do Brainspotting podem se manifestar de diversas maneiras, dependendo das necessidades específicas do paciente.

Segundo Rosana, os benefícios podem incluir uma redução progressiva da intensidade emocional associada a memórias traumáticas, uma melhoria na capacidade de regulação emocional, aumento da resiliência e uma sensação geral de bem-estar.

“Os pacientes podem notar mudanças em padrões de pensamento, comportamentos e reações emocionais, indicando uma resposta positiva ao processo terapêutico”, a profissional explica.

Rosana alerta que a evolução pode ser gradual, e o acompanhamento ao longo do tempo é essencial para observar a continuidade desses resultados.

 

Em quais casos o Brainspotting não seria a melhor escolha para um determinado paciente? 


Apesar de ser um método de psicoterapia eficaz, o Brainspotting pode não ser indicado em casos de condições específicas ou preferências individuais. Rosana lista alguns exemplos:

  1. Não disposto a explorar traumas profundos: Se um paciente não se sente confortável explorando traumas profundos ou se não está pronto para esse tipo de abordagem, o Brainspotting pode não ser a melhor opção.

  2. Contraindicações clínicas: Em alguns casos, condições clínicas específicas do paciente podem tornar o Brainspotting menos apropriado. É importante considerar a saúde mental e física do paciente antes de recomendar esta abordagem.

  3. Preferência por outras modalidades terapêuticas: Alguns pacientes podem ter preferências por métodos terapêuticos diferentes, como a terapia cognitivo-comportamental ou abordagens mais tradicionais.


“A decisão de usar o Brainspotting ou outra abordagem terapêutica deve ser baseada na avaliação cuidadosa das necessidades e preferências individuais do paciente, sempre em consulta com o profissional de saúde mental”, Rosana alerta.

 

Quais são as melhorias esperadas na terapia de Brainspotting?


Para finalizar, Rosana pontuou algumas das melhorias que o paciente que inicia a psicoterapia Brainspotting pode esperar. São elas:

  1. Redução de Sintomas: Diminuição de sintomas relacionados a traumas, ansiedade, estresse e outras questões emocionais.

  2. Autoconhecimento: Maior compreensão e consciência das emoções, pensamentos e padrões de comportamento.

  3. Resiliência Emocional: Desenvolvimento de habilidades para lidar com desafios e situações estressantes de forma mais eficaz.

  4. Maior Estabilidade Emocional: Estabilidade emocional aprimorada e capacidade de gerenciar reações emocionais intensas.

  5. Melhoria nas Relações: Aprimoramento das relações interpessoais devido a uma maior compreensão e gestão emocional.

  6. Empoderamento Pessoal: Fortalecimento do senso de autoeficácia e autonomia na vida cotidiana.

  7. Alívio de Traumas: Liberação e processamento de traumas emocionais, resultando em um impacto menos significativo na vida diária.


 

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