Para falar sobre o tema, convidamos uma especialista no assunto e anunciante da Rede SerPleno, Sol Carvalho. Ela é Psicóloga, Analista em Terapia Corporal Reichiana, Analista Junguiana; e estudante de Psicanálise.
Fique com o artigo abaixo.
O que é Terapia Corporal Reichiana e como ela se diferencia de outras abordagens terapêuticas?
Sol Carvalho define a terapia Reichiana como uma abordagem baseada na ideia de que “corpo, mente e alma não se separam, estão todos interligados e devem ser olhados de forma integrada”.
Como dito, a terapia reichiana é uma psicoterapia corporal, “baseada em um conhecimento de leitura corporal, identificando traumas, angústias, ansiedades entre outros sintomas somáticos”, Sol explica. Desse modo, é um tipo de psicoterapia que vai além da análise verbal, englobando a análise corporal.
Para Sol, a terapia corporal é uma abordagem que traz resultados mais rápido do que a psicanálise, por exemplo, por ter essa leitura de caráter, por ter a técnica da fala e do exercício corporal.
“A diferença entre as psicoterapias convencionas é que essa abordagem trabalha as queixas do indivíduo através de técnicas corporais de movimentos junto à respiração, com a intenção de desbloqueio de traumas, tensões, emoções em gerais”. - Sol Carvalho.
Além de explicar o que é a terapia reichiana, também é importante deixar claro o que essa abordagem não é. Dentre os mitos mais comuns, Sol destaca que a terapia reichiana é muito confundida com uma terapia espiritual, o que não é o caso. “Trabalhamos com energia reprimida e estagnada, somente”, finaliza.
Como a psicologia e a terapia Corporal Reichiana funcionam juntas
Na visão de Sol, a psicologia e a terapia corporal reichiana se alimentam. Ela explica que “a fala do indivíduo, geralmente, é conduzida pelo ego, um processo mais consciente, aquela famosa fala ‘eu acho que’. Nessa fala, o individuo está tentando entender o que está acontecendo consigo, porém, o ego sempre segue pelo caminho mais leve e fácil”.
Mas, com a terapia reichiana, analisa-se além das falas. “Na leitura corporal estão registrados os processos inconscientes, o ego não atua. Portanto, fica mais claro onde estão registrados os traumas”.
Isso é feito por meio de uma leitura dinâmica e muito técnica de “Interpretação do Caráter” de cada indivíduo.
Quais são os princípios fundamentais da Terapia Corporal Reichiana e como ela aborda questões psicológicas e emocionais
A terapia reichiana é uma teoria embasada na Bioenergética, uma das principais teorias da Psicoterapia Corporal. Essa abordagem é caracterizada como uma abordagem terapêutica psicossomática, corporal e bioenergética, visando tratar distúrbios de cada indivíduos de formas específicas àquele individuo.
Assim, é possível tratar depressão, ansiedade, fobias, problemas sociais e afetivos, somatizações corporais, tensões musculares, vasculares, viscerais, respiratórios, hormonais e sensoriais.
A terapia reichiana tem a proposta de trabalhos corporais de movimentos que estimulam conteúdos inconscientes, resinificando memórias e conteúdos traumáticos. Sobre isso, Sol exemplifica: “A técnica de respiração também é usada para desbloquear as contenções das emoções reprimidas, desbloqueando o diafragma e liberando as emoções reprimidas que trazem mal-estar, angustia, ansiedade e outras somatizações”.
Na metodologia aplicada por Sol, ela conta que faz uso de “outras abordagens no setting terapêutico, da terapia freudiana e Junguiana”.
Como as emoções reprimidas e traumas podem se manifestar no corpo, e como a Terapia Corporal Reichiana ajuda a abordar essas questões
Para quem ficou curioso para como funciona, na prática, a terapia reichiana, Sol conta como é feita a análise e leitura do terapeuta, em que é possível identificar alguns anéis repressivos. “Através de alguns exercícios corporais, o indivíduo entra em contato com conteúdo reprimidos, ressignificando o trauma através da respiração, aliviando sintomas somáticos”, exemplifica.
Dentre as técnicas e métodos mais comuns utilizados durante as sessões, Sol elenca: leitura do caráter de cada indivíduo, respiração e exercícios corporais específicos para cada situação.
Quais são os benefícios da Terapia Reichiana?
Sol destaca “entrar em contato com processos reprimidos inconscientes que causam várias somatizações psíquicas, emocionais e corporais” como um dos principais benefícios da abordagem. “O desbloqueio energético trará uma respiração mais livre e leveza para o indivíduo”, complementa.
Caso em que a Terapia Corporal Reichiana teve um impacto significativo
Para elucidar os resultados da terapia reichiana, Sol traz o caso de uma paciente que sofreu de Transtorno de Stress pós-Traumático (TEPT) após um assalto a mão armada.
“A paciente ficou com crise de ansiedade, depressão e pânico; em estado catatônico. Através dos exercícios de respiração, fala e ressignificação do trauma, a paciente foi retomando sua consciência, se reconhecendo novamente”.
As diferentes abordagens, por Sol Carvalho
Abaixo, confira as abordagens Junguiana e Reichiana; o texto é da Sol Carvalho, na íntegra.
Abordagem Junguiana
Na abordagem Junguiana trabalha se o medo, suas sensações e emoções, bloqueios e traumas.
Para explorar o assunto em questão busca-se entender os temas, sombra, complexo e arquétipo.
O medo, a angústia, a ansiedade, o pânico, entre outros sintomas, pode ser uma emoção com um plano de fundo, o complexo. Um sentimento que pode seguir como proteção, ou, perturbação do eu, sinalizando mudanças no desenvolvimento.
Na análise, será olhado sobre medo e todos os outros sintomas como algo profundo que precisa ser visto, compreender a emoção descontrolada que podem causar transtornos.
A vida é rodeada por diversos sentimentos de medo ao decorrer da história da humanidade, os medos atuais, conhecidos como os medos sociais, são relacionados ao comportamento social, medo de não ser aprovado, medo de fracassar, medo da solidão.
Esses medos estão relacionados à vida do indivíduo, aos meios culturais, de valores que controlam a sociabilidade de uma determinada época. O medo, a ansiedade, a angustia, o pânico e outros sintomas relacionado ao psíquico tem como sintoma determinado distúrbio originário, principalmente do conflito entre o consciente e o inconsciente, que surge em diferentes fases do desenvolvimento da personalidade.
Além do medo externo, o ser humano teme o seu mundo interior, o temido encontro com o inconsciente quando negado, sua realidade interna, maior será a sensação de perigo e medo.
Quando o medo e todos os outros sintomas psicossomáticos são vistos como uma forma de transformação, libera-se o individuo para o processo de individuação.
O medo descontrolado, exagerado, incontrolável, pode causar fobia, somados de sintomas como a angústia, bloqueios para com o indivíduo em suas atividades, até mesmo de pânicos.
O medo controlado pode ser considerado como um mecanismo de defesa, uma sensação inata, que protege a vida, aparece quando deparamos com algo que nos coloca em risco, quando o risco passa, o medo desaparece.
Jung considera o medo, uma neurose, uma forma de defesa, um conflito entre o consciente e o inconsciente, rumo a um equilíbrio entre a voz interior e o processo de individuação, podendo surgir a qualquer fase do desenvolvimento da personalidade.
Para compreender o Medo, será necessário compreender o tema analítico complexo, como tudo isso reflete no corpo, respostas somáticas como, corpo trêmulo, coração acelerado, pele avermelhada, ou sem tonalidade, suor pelo corpo, ou, parte, nas extremidades, como também na alma e psique. E para falar sobre o complexo, será necessário compreender o arquétipo, um elemento formal e vazio, uma possibilidade de representação.
Os arquétipos resultam das impressões deixadas das vivências da humanidade, vivências como as emoções e fantasias que emergem dos fenômenos da natureza, situações difíceis, como “travessias de mares, grandes rios e montanhas”. Da mesma forma, os instintos, ou seja, formas herdadas de agir.
É necessário entender o arquétipo para compreendermos o medo. Tornar-se consciente significa perder as ilusões infantis, compreendendo o complexo materno, complexo este que surge através do medo da perda da mãe, da individuação e da separação. O trauma segundo Jung, (1934), poderia ter origem através do complexo, uma força tão poderosa, podendo bloquear o estado inconsciente. Por Medo dessa força do inconsciente, a humanidade sempre atentou se ao desenvolvimento da consciência, com o decorrer da vida, formando símbolos, desvendando a consciência.
Ao citar um ego fragilizado, refere-se também sobre o medo. O trabalho terapêutico é exatamente fortalecer esse ego, dando oportunidade ao indivíduo transitar pelo desconhecido, sem medo de se arriscar. O indivíduo se desenvolve a partir de quando ele deixa seu conforto para arriscar-se rumo ao desconhecido. O percurso para o desenvolvimento é tornar-se conscientes alguns aspectos inconscientes.
Stein (2006) retrata o medo e complexo, falando também sobre o paterno e materno. Quando conscientizado, levará o indivíduo a caminho da individuação.
Alguns autores citados aqui relaciona o medo aos complexos parentais, reforça que o medo e a ansiedade é o que nos torna humano.
O conceito de sombra e projeções, também retrata o medo como, medo da vida, da morte, do desƟno, dos insƟntos, do mundo interno, de crescer. A sombra é definida como tudo aquilo que foi reprimido durante o desenvolvimento, de certos aspectos inconscientes da personalidade.
Jung relata que o arquétipo da sombra é representado como o “lado sombrio” da personalidade. A psique contém sentimentos primitivos e reprimidos, escondido, que a mente rejeita e fica mergulhado no abismo mais profundo do ser. A personalidade é desafiada pela sombra, pois esse enfrentamento torna-se conscientes alguns aspectos inconscientes, quando assumido o lado obscuro e oculto.
O arquétipo da sombra encontra-se aspectos pessoais, individuais e coletivos, presentes nas seitas, igrejas, partidos políticos, organizações que lançam sua sombra à luz para justificar os atos contra a humanidade.
Na abordagem da Psicoterapia Reichiana
O foco da Psicoterapia Reichiana é o tratamento de trauma, buscando traçar caminhos que possibilitem o tratamento terapêutico, promovendo ações à saúde das vítimas que apresentam sofrimento psicoemocional em decorrência da vivência de uma situação traumática.
Considerando que o trauma pode atingir partes cognitivas, memória e linguagem. O foco na análise corporal são as contribuições das terapias de análises bioenergéticas.
Ampliando também a contribuição clínica ampliada, com foco na complexidade que envolve o trauma.
Através da definição, quadro clínico, diagnóstico, tratamento, prevenção e, posteriormente, serão feitas as considerações finais sobre a análise.
A análise pretende contribuir para o avanço na compreensão dessa grave doença, focalizando suas causas, os sintomas que a compõem e as possibilidades de prevenção.
Entre os exercícios da Bioenergética, também será proposto exercícios para liberação das tensões e do estresse, utilizando o método integrativo que estimula os mecanismos naturais de regulação do sistema nervoso autônomo, favorecendo o restabelecimento físico e psicoemocional do organismo. Eficaz para redução do estresse, ansiedade, depressão e traumas e tensões corporais.
Esses dois métodos trará uma sequência de exercícios que estabelecem tremores involuntários do organismo, descarregando o acúmulo das tensões e possibilitando o reequilíbrio corporal.
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