Continue a leitura e descubra como a psicoeducação pode ajudar você.
O que é psicoeducação e como ela funciona na terapia?
A psicoeducação consiste em fornecer informações estruturadas e acessíveis sobre saúde mental, emoções e comportamento. “Psicoeducação é o processo de passar informações de forma clara e estruturada sobre saúde mental, emoções, pensamentos e comportamentos para o paciente”, explica Rafael.
Na TCC, esse recurso é utilizado desde os primeiros atendimentos e pode ser retomado ao longo do processo. “Diante da minha atuação clínica de forma online, eu preparo um material de apresentação com muito cuidado para apresentar aos pacientes nas sessões, em que podemos conversar sobre os temas durante o processo.”
Compreender para lidar melhor: entenda como a psicoeducação pode ajudar
Uma das maiores vantagens da psicoeducação é tornar o paciente mais consciente do que está vivendo, o que reduz a angústia diante dos sintomas.
“Quando a pessoa entende o que está acontecendo internamente, ela deixa de se sentir tão perdida e assustada com seus próprios sintomas. Isso traz mais clareza, reduz a autocrítica e favorece a escolha de estratégias mais adaptativas para lidar com suas emoções e pensamentos no dia a dia.”
Psicoeducação é para todo mundo?
A resposta é: quase sempre sim — mas o formato precisa ser ajustado a cada caso. “Em geral, a psicoeducação é indicada para a maioria dos pacientes, mas a forma como ela é aplicada pode variar conforme as necessidades, o momento do tratamento e o estilo de aprendizagem de cada pessoa.”
Rafael ressalta a importância de adaptar o ritmo do processo: “Sempre respeitamos o ritmo e a capacidade de assimilação do paciente, então antes de aplicar uma psicoeducação, vou fazendo essa avaliação para saber o momento certo de aplicar e de que maneira para que seja efetivo.”
Quais temas são abordados?
A psicoeducação pode ajudar em uma variedade de questões emocionais e comportamentais.
“Temas como ansiedade, depressão, regulação emocional, autoestima, compulsão alimentar, desenvolvimento humano, dependência emocional, padrões de pensamento (como distorções cognitivas), ciclos de comportamento e estratégias de enfrentamento são muito comuns.”
O foco é que o conhecimento se traduza em prática: “O objetivo é que o paciente se torne cada vez mais consciente de seus próprios processos e aprenda ferramentas para lidar com essas situações no seu dia a dia fora das sessões também.”
Entender a mente reduz o medo
Uma das grandes mudanças trazidas pela psicoeducação é o empoderamento pessoal. “Entender como a mente e as emoções funcionam reduz o medo e a sensação de descontrole. Isso empodera o paciente, permitindo que ele reconheça o que está sentindo, compreenda de onde aquilo vem e possa agir de forma mais consciente, em vez de apenas reagir ou achar que é um defeito e que não tem tratamento”, explica Rafael.
Autonomia emocional nasce do autoconhecimento
Segundo Rafael, conhecer os próprios processos psíquicos é essencial para desenvolver a autonomia emocional.
“Quando a pessoa entende seus próprios processos, ela passa a ter escolhas mais conscientes sobre como agir ou se posicionar. A autonomia emocional nasce dessa capacidade de se observar, se compreender, do autoconhecimento que trabalho muito em sessão e agir de acordo com seus valores, e não apenas reagir aos impulsos, emoções momentâneas ou tomar todos os seus pensamentos como verdades absolutas.”
Recursos vão além da conversa
A psicoeducação não se resume ao bate-papo na sessão. Vários recursos podem ser usados para ampliar a compreensão do paciente.
“Usamos muitos recursos, como vídeos, livros, imagens, exercícios práticos e até podcasts podem ser utilizados para complementar o processo.”
Para Rafael, o objetivo é tornar o conhecimento mais acessível e ajudar o paciente a reforçar o que foi discutido em sessão.
Psicoeducação também funciona no online?
Sim, e com ótimos resultados. “Funciona muito bem no online. Compartilho materiais digitais, como slides, músicas, imagens e textos, durante a sessão, além de recomendar conteúdos e atividades para estudo entre uma sessão e outra.”
O segredo está na dinâmica: “O importante é manter o processo dinâmico e interativo, para que o paciente se sinta tão acolhido e engajado quanto seria presencialmente.”
O acolhimento também acontece à distância
Mas é preciso estar atento a detalhes que fazem diferença na experiência online. “A principal diferença está na necessidade de estarmos ainda mais atentos ao tom de voz, expressões faciais e validação emocional no ambiente online”, explica Rafael.
“Como o contato físico e algumas sutilezas da linguagem corporal se perdem, precisamos ser mais claros, acolhedores e garantir que o paciente se sinta realmente visto e compreendido”, conclui.
A terapia vai além de “falar dos problemas”
Rafael destaca que o processo terapêutico é ativo, profundo e transformador. “A psicoeducação ajuda a mostrar que a terapia é um processo ativo de autoconhecimento, reestruturação de padrões e desenvolvimento de novas habilidades emocionais.”
Segundo ele, entender a si mesmo muda a relação que a pessoa tem com sua própria história: “Entender o funcionamento interno não é apenas ‘falar dos problemas’, é criar uma nova relação consigo mesmo, baseada na compreensão e na escolha consciente, para que assim o paciente faça mudanças e tenha percepções que tragam uma melhor qualidade de vida e que faça sentido diante da sua vida no momento.”
Compreender as emoções traz liberdade
Ao conhecer suas emoções, o paciente deixa de ser refém delas. “Ao se tornar mais consciente de seus sentimentos e pensamentos, o paciente começa a deixar de se sentir refém deles. Ele aprende a agir com mais liberdade, flexibilidade, rscolhendo respostas, pensamentos e comportamentos mais alinhados com seus objetivos e valores.”
O primeiro passo: se conhecer
Para quem ainda está em dúvida sobre começar a terapia ou não sabe bem o que esperar, Rafael deixa um recado:
“Diria que se conhecer é um dos maiores presentes que alguém pode se dar. A psicoeducação não é sobre ‘rotular’ ou ‘corrigir’ a pessoa, é sobre iluminar os caminhos internos, oferecendo ferramentas para que ela possa viver de forma mais livre, consciente e com saúde.”
E finaliza com um convite ao autoconhecimento: “Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para mudar o que precisa ser mudado, entender e valorizar suas qualidades e melhorar as suas fraquezas, saber quem você é, o que você quer e como chegar lá, o que contribui para tomadas de decisões melhores. É se acolher com carinho.”
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