No entanto, muitas pessoas não sabem que o psicanalista não é, necessariamente, um psicólogo. Entre os profissionais de saúde mental, podemos destacar 3 especializações diferentes: psicólogo, psiquiatra e o psicanalista. Quer entender o que um psicanalista faz e qual a diferença dele para os outros dois? Continue a leitura e confira.
Psicanalista: o que esse profissional faz
Com o profissional de saúde mental, a principal função do psicanalista é ajudar seus pacientes a superarem traumas, preocupações, medos e dores emocionais. Isso é feito com base no método desenvolvido por Sigmund Freud no século XIX, a psicanálise.
Nas sessões de psicanálise, o paciente fala sobre seus problemas enquanto o psicanalista faz anotações, registrando padrões em seus discursos, linguagem não verbal, esquecimentos e tópicos que despertam desconforto. Com isso, o profissional faz alguns questionamentos a fim de incentivar o paciente a ter consciência dos seus sentimentos e entender ações tomadas a partir do inconsciente.
Assim, ao longo das sessões, o próprio paciente já consegue perceber seus processos mentais com mais clareza, desenvolvendo a autopercepção.
Em uma explicação mais imagética, a psicanálise é muito retratada em filmes e outras produções do audiovisual. Por isso, você já deve ter visto alguma cena de um paciente no divã, de costas para o profissional que toma notas em um bloco e interage muito pouco.
Um dos diferenciais da psicanálise, é que é comum realizar sessões de três a cinco vezes por semana. Essa frequência faz parte da metodologia, que busca permitir que o profissional se aprofunde no inconsciente do paciente. As conexões entre a mente consciente e inconsciente do paciente, em um período curto entre uma sessão e outra, continuam frescas.
Além disso, fazendo um paralelo entre psicólogos e psicanalistas, enquanto o psicanalista incentiva a autopercepção e autoanálise a partir do inconsciente, o psicólogo propõe métodos para ajudar o paciente a quebrar ciclos prejudiciais por meio de hábitos saudáveis, através da repetição, tentativa e erro.
O que é psicanálise
Sigmund Freud, que atuava como psiquiatra e neurologista, desenvolveu a psicanálise para atender pacientes que não respondiam aos métodos de tratamento disponíveis na época. O conceito principal é entender o inconsciente, que controla o indivíduo, e as manifestações a partir dele que são as causas dos problemas que aflige as pessoas.
Não à toa, a psicanálise está bastante ligada a relembrar acontecimentos da infância, uma vez que eles seriam os responsáveis pelas atitudes mais incomuns. Além disso, lembranças, desejos reprimidos e impulsos também podem influenciar o comportamento. No entanto, quando permanecem no inconsciente, não dá para entender essa relação. A partir disso, surge o sofrimento. Por isso, pode-se dizer que a psicanálise é um método que busca desvendar os mistérios naturais do ser humano.
Entre as técnicas utilizadas na psicanálise, as mais comuns são:
- Interpretação dos sonhos: serve para identificar pensamentos inconscientes, assim, o profissional tenta encontrar símbolos e padrões que façam sentido e possam ser traduzidos do surreal para a realidade.
- Associação livre: o psicanalista lê uma lista de palavras e o paciente responde com uma palavra que acha correspondente. Assim, acessam-se memórias reprimidas.
- Transferência: o paciente transfere os sentimentos que tinha por uma pessoa do seu passado para uma pessoa que faz parte do seu presente. O propósito é quebrar o vínculo entre a memória e o presente.
- Interpretação: o profissional identifica informações que o paciente deixa escapar durante a sessão quando fala sobre assuntos aleatórios. A escolha da palavra ou da frase é analisada para entender quais sentimentos estão associados a elas.
O que o psicanalista pode tratar?
Agora que você já entendeu como atua um psicanalista e até a base da psicanálise, chegou a hora de saber o que essa abordagem pode tratar.
A verdade é que um psicanalista pode ajudar a tratar diversos transtornos mentais e sintomas oriundos da falta de saúde mental. São eles:
- Depressão;
- Ansiedade;
- Síndrome do Estresse Pós-Traumático;
- Fobias;
- Crises de ansiedade;
- Ataques de pânico;
- Transtornos alimentares;
- Insatisfação com a vida;
- Baixa autoestima;
- Problemas no relacionamento (ou relacionamentos em geral);
- Problemas sexuais;
- Comportamentos autodestrutivos;
- Insônia;
- Pensamentos suicidas;
- Vícios.
Qual a diferença entre psicólogo, psiquiatra e psicanalista?
Além do diferencial da abordagem utilizada na psicanálise, uma das diferenças do psicanalista para o psicólogo e psiquiatra é a formação.
Um psicanalista não precisa ter a formação de psicólogo para atuar. Assim, um psicanalista não é, necessariamente, um psicólogo. É possível se tornar psicanalista em uma formação específica, independentemente de graduações anteriores.
Atualmente, existem diversas linhas dentro da psicanálise, são conceitos teóricos desenvolvidos a partir dos estudos de Freud, mas também de outros psicanalistas que deram continuidade ao seu trabalho, desenvolvendo outras vertentes.
Não há consenso entre as instituições que formam psicanalistas, algumas oferecem cursos com duração de três anos, outras, de cinco. Além disso, algumas exigem uma formação pregressa em um curso na área de ciências humanas.
No entanto, a abordagem da psicanálise também pode ser oferecida por um psicólogo. Então, para conhecer a formação de um profissional específico, é necessário conversar com ele e entender sua experiência.
Em paralelo a isso, psicólogos são profissionais que se graduaram em psicologia, curso com duração de cinco anos, e realizaram estágio supervisionado. Além disso, comumente o psicólogo faz especializações extras para se aprofundar na abordagem escolhida e mesmo para atender a um grupo específico (crianças, portadores de deficiência etc).
Já o psiquiatra é um médico que, após a graduação em medicina, se especializou em psiquiatria, assim como acontece com oftalmologistas e pediatras, por exemplo. Ele é o único profissional de saúde mental que pode receitar medicamentos.
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